O Pavilhão do Artesanato, localizado embaixo do Espaço Bier, proporciona aos visitantes uma imersão na cultura regional com diversos itens feitos por artesãos do município
O pavilhão do artesanato na Efapi do Brasil oferece uma grande variedade de opções. Os visitantes podem encontrar itens para decoração, utensílios domésticos, roupas, acessórios e lembranças exclusivas, todos carregando a rica identidade cultural da região.

De acordo com o Secretário da Cultura, Fellipe de Quadros, a criação de um espaço exclusivo representa um avanço importante para valorizar o trabalho dos artesãos locais. “O nosso artesanato ganhou um espaço novo e isso faz uma grande diferença, porque agora temos um ambiente próprio e pensado especialmente para eles. Fizemos um edital de credenciamento específico para a Efapi, e todos os artistas que estão aqui foram selecionados através do programa municipal de artesanato desenvolvido em Chapecó”, explicou.
Produção regional
Os expositores que participam da feira já integram o circuito de eventos promovidos pelo município, como as feiras no Ecoparque e as feiras de Natal. Segundo Felipe, o momento é de celebração e reconhecimento. “É uma alegria receber nossos artesãos. Damos todo o carinho e atenção a eles todos os anos, mas a Efapi é sempre diferente. As vendas estão boas e queremos convidar o público para visitar o pavilhão do artesanato, conhecer os produtos e levar uma lembrança com o nome de Chapecó”, destacou.

Impressão botânica
Entre os expositores, destaca-se a artesã Elaine Carbonari, que apresenta trabalhos em arte botânica, utilizando impressão botânica e tingimento natural em tecidos. Suas criações incluem camisetas, baby looks, vestidos, lenços, cachecóis, xales, bolsas e carteiras, todas feitas com fibras naturais como algodão, seda e viscose. Elaine explica que o processo consiste em transferir os taninos e flavonoides das plantas para o tecido, sem gerar resíduos poluentes e utilizando pouca água.
Ela ressalta que o projeto vai além da estética. “Não é um projeto voltado para vender aceleradamente, mas sim para conscientizar as pessoas sobre cada peça que adquirem, para que ela tenha o máximo de durabilidade”, conta. Cada peça é pensada para evitar o desperdício de recursos naturais e reduzir o impacto ambiental.
Na prática, o processo envolve lavar o tecido para remover resíduos, para preparar a fibra e, finalmente, transferir as cores das plantas tintórias durante a fervura. “A estamparia botânica praticamente não gera resíduos poluentes e usa pouca água. A última lavagem, quando descartamos a água, contém apenas o pigmento natural das plantas, sem produtos químicos”, explica Elaine. Elaine, que já foi professora, participa pela segunda vez da Efapi. “Essa é a minha principal atividade hoje, e cada peça carrega história, cuidado e sustentabilidade”, conclui.
Tradição e modernidade
O estande das artesãs Luziana Horbe e da Graziele Zanchetta chama atenção no pavilhão do artesanato da Efapi do Brasil. Entre fios e agulhas, Luziana apresenta peças bordadas que unem tradição e modernidade, resultado de um trabalho cheio de refinamento e delicadeza. “Nosso estande traz, em sua maioria, o artesanato bordado. Temos desde acessórios, bolsas e ecobags até blusas e jaquetas”, explica.
A artesã conta que o bordado, antes mais restrito a peças de enxoval e moda casa, ganhou novas formas de expressão. “Antigamente era usado em toalhas e guardanapos. Hoje, a gente traz o bordado de maneira mais contemporânea, em acessórios e roupas. As mulheres adoram, porque o trabalho manual está muito em alta na moda”, destaca.
Luziana, que já foi professora dos cursos de Moda e Artes em Chapecó, atualmente se dedica integralmente ao seu ateliê. Além de produzir as peças, ministra cursos de bordado e bordado em fotografia e viaja pelo país divulgando o artesanato autoral. “Tenho ajuda no fechamento e acabamento das peças, mas todo o bordado, a concepção, é feita por mim”, conta.
Sobre a participação na feira, ela celebra o espaço dedicado aos artesãos. “O movimento está bom, e a gente espera que aumente ainda mais no fim de semana. Estamos muito felizes com o olhar que a prefeitura teve para o artesanato e por nos oferecer um espaço tão bom para trabalhar”, afirma.